Entrevista a Guilherme Velez e Diana Camejo

Entrevista a Guilherme Velez e Diana Camejo

Entrevista a  Guilherme Velez e Diana Camejo.

Com duas vitórias e dois novos recordes distritais no Lançamento do Dardo de infantis Sub14, na primeira prova da época em Óbidos, os Infantis Guilherme Velez com 24,42m, e Diana Camejo com 26,45m, tornaram-se nos dois primeiros atletas a vencer pela Academia José Jacob, e logo com melhorias de quase 3 metros nos seus recordes pessoais, confirmando as excelentes indicações dadas na época anterior com reflexos nos lugares cimeiros dos Rankings nacionais da Federação Portuguesa de Atletismo. Estivemos à conversa com os dois e procurámos saber um pouco mais de cada um.
Acabaste de vencer a tua primeira competição da época no Lançamento do Dardo, em Óbidos dia 11 de Novembro, numa prova difícil dado que esteve sempre a chover. O que significa para ti esta vitória?
GV – Significa muito, é o resultado do meu trabalho e do meu treinador, o tempo estava muito mau, não eram as condições ideais para lançar , mas não desisti , nada me faria desistir, continuei e fui feliz.
DC– Esta vitória em Óbidos foi uma alegria muito grande para mim. Foi o resultado da minha presença em todos os treinos, de todo o meu empenho. Gostaria de agradecer ao meu treinador pelo excelente trabalho que tem feito comigo e por acreditar e confiar em mim ao longo destes últimos 3 anos.
Além da vitória, acabaste de bater o teu recorde pessoal por larga margem (perto de 3 metros), esperavas vencer e evoluir tanto desde o fim da última época em Julho, em tão pouco tempo, atendendo a que estamos ainda no início da época com apenas 2 meses de treino?
GV – Esperava vencer, sabia que estava bem melhor, mas bater o meu recorde pessoal, com tanta margem, não esperava, mas sabia que poderia bater o recorde distrital do meu colega José Silva, que era de 22,70m. Felizmente consegui tudo.
DC- Sinceramente, esperava menos…mas sim, evoluir esperava. Relativamente ao record pessoal, estou muito feliz por ter feito esta prova e ter conseguido vencer. No entanto, não o esperava ter atingido ainda devido a estar no início de uma época…com apenas 2 meses de treino. Foi deveras uma grande alegria!!
O que sentiste quando o dardo saiu da tua mão, no momento em que lançaste para a tua melhor marca de sempre?
GV – Senti que era o momento, senti que era “agora”.
DC– Senti que seria um lançamento nulo, pela própria posição em que o dardo saiu… Mas depois, da maneira como o dardo saiu da minha mão, a trajectória que seguiu…parecia ser de um profissional…saiu mesmo perfeito!! Foi um orgulho ter lançado o dardo daquela forma!
Qual a sensação ao ouvires do juíz a marca obtida?
GV – Senti-me muito feliz e orgulhoso de mim mesmo.
DC– Gritei…e quase chorava de alegria, nem estava a acreditar que tinha conseguido aquela marca! Não esperava realmente conseguir um record pessoal!! Senti um orgulho imenso de mim mesma!!
A marca agora conseguida é também recorde distrital. Esperavas já nesta primeira prova da época conseguir o recorde distrital?
GV– Esperava porque eu acho que treinei o suficiente para fazer isto ou mais.
DC– Não, como já disse anteriormente, não estamos mesmo nada à espera, porque estava na primeira prova da época.
Terminaste a época 2017/2018 muito bem classificado/a no ranking nacional logo no teu primeiro ano de Infantil. Sentiste alguma pressão nesta primeira prova em justificares o teu estatuto de seres um/uma dos/as melhores atletas nacionais no Dardo?
GV– Sim senti, porque se não me superasse não ficaria contente e poderia pensar que os meus resultados teriam sido sorte, o que não é o caso.
DC– Sim senti pressão, porque quem esteve presente na bancada como os meus colegas, familiares, o meu treinador e até quem não estava  presente e que eu sabia que estavam a torcer por mim, não os queria desapontar. Às minhas adversárias eu queria mostrar que era a melhor. Que estava ali para vencer!
Ao iniciares a época que objectivos tens para este 2º ano de Infantil? E se falarmos em marcas onde pretendes chegar?
GV– Tenho como objectivos chegar aos 35 metros no Dardo, 12 metros no peso, e 35 metros no Disco.
DC– Para este segundo ano de Infantil, tenho como objectivos ultrapassar todos os recordes, distritais, nacionais e até mundiais. Em relação a marcas, pretendo chegar aos 30 metros no dardo. Vou trabalhar para isso!!
No final da época anterior ao tomares conhecimento que o teu treinador, iria criar uma academia, uma escola de formação, decidiste de imediato, fazer parte desse projecto.O que te levou a tomares essa decisão?
GV- Foi muito fácil, porque sabia que o Professor José Jacob me ia levar ao topo, já que ele leva as coisas muito a sério, e incute-nos o espírito de vencedor,com muito trabalho , e dedicação.
DC– Porque com o professor Zé Luís tenho vindo a melhorar cada vez mais e a desenvolver as técnicas de lançamentos. Tem-me ajudado a crescer no mundo do atletismo. É um orgulho enorme fazer parte desta Academia, a minha segunda família.
Passados apenas 2 meses de trabalho na Academia José Jacob, tens todas as condições para aprender, evoluir e seres um/a atleta de TOP nacional?
GV– Se em termos de apoio, ensino, ambiente, camaradagem, material de treino e conhecimentos técnicos, apoio do treinador, nada me falta, já no que diz respeito a estruturas e locais para poder treinar os lançamentos não existe em Portalegre, um sector de lançamentos, um local onde possamos lançar, e isso é que me entristece. Tudo o que temos conseguido deve-se ao meu treinador conseguir fazer adaptações, uma grande ginástica para nos conseguir por a lançar, sem as condições necessárias.
DC– Sim sinto que tenho todas as condições e já há provas disso. Estou a evoluir cada vez mais e vou fazer e dar tudo por tudo para chegar aos nacionais e mundiais se for possível. Mas um sector de lançamentos em Portalegre é que fazia muita falta.
Sendo tu estudante como organizas a tua vida de estudante e atleta?
GV– É preciso grande força de vontade, mas consigo conciliar muito bem , aliás desde que me iniciei no Atletismo as minhas notas dispararam e passei de um aluno mediano para um Bom aluno.
DC– Tenho de me organizar muito bem porque treino todos os dias da semana e no fim de semana tenho provas. Normalmente estas provas são bastante longe daqui e ocupam tempo, quase sempre um dia às vezes os dois dias do fim de semana. Logo, tenho de me organizar muito bem, estar sempre atenta aos dias dos testes para estudar com antecedência, os trabalhos de casa faço-os de imediato e é claro que a minha mãe e o meu pai estão sempre lá para eu não me esquecer das minhas obrigações escolares.
Como sabes a família tem um papel muito importante em todos os aspectos da vida de um jovem, e o desportivo não foge à regra. Como vês o apoio dos teus pais neste processo, e qual a importância que desempenham no teu sucesso desportivo?
GV-Os meus pais e familiares são muito apoiantes, estão sempre comigo e apoiam-me muito, são eles que me permitem ter as condições para praticar desporto, e contribuem para o meu sucesso.
 DC– Como disse na questão anterior, os meus pais estão sempre presentes e a lembrar-me das minhas obrigações escolares. No entanto, também estão sempre presentes e a apoiar-me na prática do atletismo.  Apoiaram-me desde que decidi praticar esta modalidade desportiva. Levam-me aos treinos, acompanham-me a provas bem longe, e compram o que preciso para a prática desportiva. Puxam-me as orelhas quando é preciso também!
Qual o momento mais alto da tua carreira desportiva até agora?
GV– Sem dúvida esta vitória, e com recorde distrital.
DC- Foi ter conseguido ultrapassar os 25 metros, mais concretamente ter atingido os 26, 45m no dardo.
Até onde pretendes chegar?
GV– Até ao máximo, Jogos Olímpicos.
DC – Espero chegar o mais longe possível e ser a melhor.
Tendo já atingido um nível muito bom, tens consciência que os/as atletas adversários/as e as pessoas em geral reparam mais em ti. Como lidas com essa situação?
GV– Lido muito bem, com a mesma humidade de sempre, como se não tivesse acontecido nada.
DC– Sim tenho a noção que as minhas adversárias reparam em mim. Mas lido bem com isso e sinto-me orgulhosa, porque me dizem diretamente que “lanças muito!”, outras ficam admiradas pois dada a minha idade e altura, não esperam que consiga atingir tão boas marcas.
Para os mais novos e não só, que vão chegando à Academia é muito importante serem bem recebidos, e terem uma boa integração, sentes que que um gesto, uma atenção tua pode fazer a diferença? 
GV– Sim acho que sim, e gosto de ajudar os mais novos.
DC– Sim claro. Ainda mais se forem lançadores. Quando me vêem lançar ficam estupefactos. Por exemplo, entrou uma menina à pouco tempo para a equipa e quando me viu lançar ao vivo pela primeira vez disse: “lanças tanto!”. E depois sou um exemplo para eles, dizem que querem ser como eu e para lhes ensinar.
O que te leva a ires treinar todos os dias com a mesma vontade e determinação?
GV– A vontade de chegar sempre mais longe, de aprender, de evoluir, e claro as boas companhias, e grandes amigos que todos somos.
DC– Querer melhorar e evoluir cada vez mais em cada treino, em cada prova que faço. Desenvolver a minha capacidade desportiva e chegar ao topo.
O que gostarias de dizer aos jovens da tua idade que não praticam desporto, nenhuma atividade desportiva, ou estão indecisos em se envolverem no desporto?
GV– Pratiquem desporto, algo que gostem, não se vão arrepender. Nem que seja uma vez por semana.
DC– A esses jovens gostaria de dizer que, devem experimentar, pois o atletismo tem várias modalidades e com certeza vão adorar uma, algumas ou até todas. É uma prática desportiva viciante, depois de experimentarmos não conseguimos  sair! Para além de que, praticar desporto faz bem à saúde, claro!
O que gostas de fazer nos teus tempos livres, quando não estás a treinar e ou competir? 
GV– Gosto de jogar, jogos em geral, cubo mágico.
DC- Gosto de ver televisão, ler um livro, socializar, jogar no telemóvel e computador. Também ando de bicicleta. O normal para a minha idade.
Finalmente aconselhavas algum dois teus amigos a praticar desporto e sugerias a Academia José Jacob? 
GV– Claro que sugeria, e sugiro a Academia José Jacob, porque temos uma grande equipa, óptimas condições e o nosso treinador.
DC– Claro que sim! Porque para além de me conhecerem, os meus colegas e treinador da academia são pessoas fantásticas e acolhem muito bem. E porque se querem praticar atletismo à  séria e serem os melhores é sem dúvida integrarem a Academia José Jacob!
Muito obrigado aos dois primeiros campeões pela Academia José Jacob, Guilherme Velez e Diana Camejo, e votos de uma excelente época.